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sábado, 18 de dezembro de 2010

Neuromancer, Tron, final de período, Natal

Ahhh sim, quanto tempo. Mais um período pesado e cansativo. Não adianta pegar poucas matérias se todas são exigentes, ainda mais quando todas soltam trabalhos pesados no final do semestre. Agora vem a parte mais difícil: a escolha do tema de pesquisa.

No final do período, consegui um breve momento para respirar e ler um pouco. Após devorar um livro de contos brasileiros de ficção científica, dediquei-me ao Neuromancer de William Gibson. Esperava um daqueles livros que são clássicos mas agradam apenas a geração em que foram lançados e acabam se perdendo por ficarem anacrônicos conforme a evolução da tecnologia. Mas que engano! A leitura foi deliciosa, Gibson me perdeu poucas vezes no texto (e acho que a confusão apenas adiciona sabor ao levar o leitor ao caos da cena) e o anacronismo até tem seu charme, afinal não é todo dia que vemos pessoas brigando por uma placa de 3MB de RAM (não voláteis, assim espero).

Essa é a capa da versão que tenho, não necessariamente a melhor
Todo esse espírito cyberpunk (aliás, invenção de Gibson) trouxe-me uma vontade de retomar os projetos de eletrônica que ficaram para trás com o fim da faculdade de engenharia. Tantas pessoas com eletrônicos embarcados, sistemas de aperfeiçoamento, redes de computadores como coisas míticas e que lembram jogos... Preciso pegar minha cópia de Cyberpunk 2020 em Resende!

Ainda implemento você, computador. Um dia =)
Aproveitando o espírito cyber (mas tirando o punk), antes de ver Tron Legacy no cinema, estabeleci que deveria rever o filme original. Fiz isso ontem (terminando hoje após capotar de sono nas cenas finais). Como já tinha visto o filme em 2004 (em fita ainda! Uma das últimas locações na locadora mais perto da minha casa, que tinha algumas raridades e nem se dignou a vendê-las quando fechou, humpf!), a sensação de "Pffff, OLD!" nem foi tão grande assim, ainda mais pelo respeito que tenho ao pioneirismo dos efeitos especiais de Tron. Estou esperando no mínimo uma grande aventura cheia de referências no Legacy! E falando em referências, já repararam no Pacman escondido em uma cena, no logo do Mickey (impossível perder) e na referência ao Dia Em Que A Terra Parou (Gort! Klaatu barada nikto)? Pelo menos o Mickey deve ser obrigatório em toda priodução Disney, mais ou menos como o THX-1138 é em tudo do George Lucas (se não me engano, até em Star Wars Force Unleashed 2).

Falar de Tron e não botar imagem de lightcycles é heresia!
Uma coisa certa é que você passa a reparar muito quando estuda um determinado assunto. O Décio mesmo já reclamou que eu estava muito crítico com os jogos depois que entrei na faculdade (na verdade, acho que qualquer gamer fica assim depois de um tempo), mas depois de ver Megamente, reparei que cheguei em um ponto crítico. No meio do filme, estava comentando com minha namorada sobre a renderização de pêlos, simulação de água e todos os momentos que gritavam "Olhem para mim, estou fazendo a Jornada do Herói". Ver Star Wars depois de ter lido sobre a Jornada do Herói tem o mesmo efeito. Como a Juliana disse, talvez eu devesse desligar um pouco isso e aproveitar mais, afinal, não estamos fazendo necessariamente uma análise acadêmica quando vamos ao cinema =)

Meus caros 5 leitores, se eu não voltar antes do Natal, que o velho Pai Natal traga tudo o que merecem e muita felicidade para vocês!

6 comentários:

  1. Salve!

    Excelente reflexão sobre esse processo de ver as coisas sob o olhar da crítica. É algo extramente válido e desagradável ao mesmo tempo. É o que Max Webber chamou de "Desencantamento do Mundo", antes, pelo fato de você desconhecer como aquilo era feito, você via a "magia", o encanto, o fascínio frente ao desconhecido, e aquilo era uma sensação fantástica. Agora, conhecendo o processo, as normas técnicas, a racionalização você fica vendo os processos através do olho da técnica e aquela magia se perde, rola o desencantamento do mundo.

    Temos que aprender a desligar essa chave, caso contrário, o mundo realmente ficará um porre. rs

    Abs e feliz natal para todo mundo ai!

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  2. Nossa, momento flashback de Sistemas Digitais 1! Montamos esse computador no Circuit Maker em dois dias! E ele funcionou!

    Confesso que até hoje não vi o Tron original. Acho que vou assistir ao novo primeiro.

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  3. [i]"a sensação de "Pffff, OLD!" nem foi tão grande assim, ainda mais pelo respeito que tenho ao pioneirismo dos efeitos especiais de Tron."[/i]

    Nossa! Exatamente isso que passou pela minha mente! Ainda tenho que ver o Tron original... Uma vergonha não ter conseguido ainda =/

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  4. Quando assisti Tron, eu ainda não sabia a verdadeira origem de "klaatu barada nikto" e achei que fosse uma referência a Army of Darkness. O_o

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  5. Poutz, li Neuromancer ainda quando tinha o quê? 16 anos? Sei lá, acho que é isso. Na verdade eu não sabia da existência do livro até viciar em The Matrix e ler em algum lugar que a triologia tinha um quê de inspiração dele.
    Depois que o li, fiquei meses viciado em Dub e Reggae. Já tinha planos de comprar uma luz negra pro meu quarto, botar um subwoofer porreta pra batida e passar as noites no PC no escuro com o Dub batendo nos ouvidos dos vizinhos. Sorte que passou! xD
    Quanto a Tron, pff... Tenho que ver o original antes de ver o Legacy tb. Mas não tenho e minha internet está uma boa merda. Vai ser difícil achar em algum lugar por aqui. Mas pelo trailer do Legacy eu já espero me decepcionar um pouco. Acho que eles deram mais ouvidos ao capitalismo do que ao cenário...

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  6. como eu sou uma pessoa por fora! vou dar uma sacada no original se a net ajudar... as vezes eu fico tao anciosa pra ver algum filme, seja baseado em livro ou jogo ou hq q eu so reparo criticamente nas coisas, se forem mt grotescas, reparo mais em filmes baseados em livros, tipo: ei, isso ta errado, isso nao tinha! enfim
    feliz natal e ano novo

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